Antes das próximas eleições em Myanmar, foram levantadas preocupações significativas sobre as tácticas coercivas utilizadas pela junta militar no poder. As Nações Unidas relataram que a junta não só pressionou os cidadãos a participarem em eleições controladas pelos militares, mas também usou a violência e a intimidação para impor o cumprimento.
O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, condenou veementemente as medidas, instando as autoridades militares a pôr fim à sua campanha brutal para forçar os cidadãos a votar. Salientou que qualquer dissidência ou oposição resultaria em prisões, minando ainda mais os princípios da liberdade de expressão.
A situação é agravada pelas actividades de grupos armados de oposição, que alegadamente utilizam tácticas semelhantes para dissuadir as pessoas de participarem no processo eleitoral. Esta dupla ameaça representa um grave perigo para os civis, que se encontram presos entre as tácticas autoritárias das autoridades militares e das facções da oposição.
Turk descreveu o ambiente em torno das eleições como hostil, sem as liberdades fundamentais necessárias para uma participação política genuína. Salientou que não existem condições viáveis para a liberdade de expressão de associação ou de reunião pacífica, que são fundamentais para qualquer processo democrático. Ele disse que a falta de práticas democráticas em Mianmar, especialmente os direitos das pessoas deslocadas, forçou retornos inseguros e involuntários e cometeu graves violações dos direitos humanos.
Num forte alerta à comunidade internacional, Turk sublinhou que as eleições decorrem num contexto de violência e repressão, questionando ainda mais a sua legitimidade. O apelo ao fim imediato das medidas repressivas da junta destaca as implicações mais amplas do clima político de Mianmar, onde os direitos e liberdades dos cidadãos permanecem sob ameaça crítica.






