LONDRES (AP) – O governo britânico disse sexta-feira que está investigando um “incidente cibernético” após relatos de que hackers ligados à China obtiveram acesso a milhares de documentos confidenciais do Foreign, Commonwealth and Development Office.
O ministro do Comércio, Chris Bryant, disse que a investigação começou em outubro e que o governo acreditava que havia um “risco bastante baixo” de que as informações pessoais de alguém tivessem sido comprometidas.
Os comentários foram feitos depois que o jornal The Sun informou que a Storm 1849, uma gangue de hackers ligada ao governo chinês, teve acesso a milhares de dados relacionados a vistos.
“É pura especulação e realmente não quero alimentar mais especulações”, disse Bryant à BBC. “Acho que também há especulações sobre se isso está diretamente relacionado com a China”.
As alegações surgem num momento delicado na relação da Grã-Bretanha com a China, enquanto o governo do primeiro-ministro Keir Starmer procura reconstruir os laços comerciais e diplomáticos em meio a preocupações com a espionagem chinesa e os abusos dos direitos humanos.
Starmer planeia visitar a China no final de Janeiro, a primeira vez que um primeiro-ministro britânico visita o país desde 2018. Entretanto, o governo adiou a decisão sobre os planos da China de construir uma nova embaixada enorme em Londres, entre críticas de que poderia ser usada como base para espionagem.
Bryant disse que o governo está a tentar adoptar uma abordagem pragmática na sua relação com a China, reconhecendo que há áreas onde os dois países poderiam trabalhar juntos e outras onde a Grã-Bretanha teria de desafiar Pequim.
“Acho que a nossa relação com a China tem de ser de olhos abertos”, disse ele. “E fomos muito claros sobre isso desde o início.”




