A Bolívia enfrenta há anos deficiências estruturais de combustível, que são geridas por acesso limitado à produção interna, elevados subsídios e importações para importações. Fotos de arquivo por Martin Alipaz/EPA
9 de outubro (UPI) – O presidente da Yasimentos Petroleeros Fislecles Bolivianos, Armin Dorgathen, disse que a empresa estatal não poderia garantir o fornecimento total de combustível porque o Ministério da Economia não forneceu fundos adequados nas últimas duas semanas para pagar as importações.
“Presumimos que esta semana lidaremos com cerca de 70% a 80% da capacidade para abastecer o posto de gasolina”, disse Dorgathen em entrevista coletiva na terça-feira, dizendo que a empresa espera recuperar o abastecimento normal até sexta-feira.
Ele disse que a empresa precisava de cerca de US$ 55 milhões por semana para comprar combustível, mas recentemente conseguiu apenas US$ 40 milhões a US$ 45 milhões.
Mais tarde, o Ministério da Economia e o Ministério das Finanças Públicas afirmaram num comunicado que o orçamento do YPFB em moeda local estava “completamente garantido para subsídios aos combustíveis e importações”.
O ministério acrescentou ainda que a atribuição ou fornecimento direto de moeda estrangeira não está entre as suas responsabilidades, o que significa que o YPFB deve garantir esses fundos através do sistema financeiro.
No entanto, o ex-ministro dos hidrocarbonetos e especialista em energia Elvero Rios disse que o problema é mais profundo e não será resolvido dentro de alguns dias.
Em entrevista à ONU Vermelha, Rios disse: “A questão é que o YPFB quebrou, não tem dinheiro para importar combustível e não há dólar para transferi-lo ao banco central da Bolívia”.
Segundo Rios, a raiz do problema está na política energética irregular há anos.
“Não foram feitas buscas oportunas e não conseguimos reabastecer a reserva ou a produção há 20 anos”, alertou.
A Bolívia enfrenta há anos deficiências estruturais de combustível, que são geridas por acesso limitado à produção interna, elevados subsídios e importações para importações. A contínua deterioração da oferta local obrigou o país a cobrir parte da procura através de compras externas, mas o défice em dólares atrasou e o embarque atrasou.
Colocando os preços internos abaixo das despesas reais, os subsídios incentivam o contrabando e aumentam a pressão sobre a YPFB e o tesouro público. Os resultados são barreiras periódicas à oferta – longas filas, racionamento e crise nos transportes – que afectam as despesas logísticas, os preços e as actividades económicas, dizem os observadores.
Um estudo recente da Fundação Jubilee baseado em dados oficiais mostrou que a produção de hidrocarbonetos líquidos da Bolívia diminuiu 62% entre 2020 e 2021, enquanto a produção de gás natural diminuiu 54% – uma queda que é responsável pela perda de campos maduros e pela falta de investimento em reservas de resposta.
Esta degradação explica a contínua oferta de abastecimento e a crescente dependência das importações de combustíveis que pagam pesadas despesas financeiras.
Dez dias antes das eleições presidenciais, em 7 de outubro, as deficiências programadas de gasolina e diesel são influenciadas pela vida cotidiana em toda a Bolívia. O próximo governo deve tomar uma decisão rápida sobre como garantir moeda estrangeira, importar as importações e resolver os subsídios aos combustíveis que estão a pressionar o dinheiro público.
Nesse contexto, o candidato de centro-direita Rodrigo Paz prometeu recuperar o fornecimento de combustível através de discussões internacionais, abrir o mercado às importações privadas e remover gradualmente os subsídios, incluindo a segurança social para os mais fracos.
Entretanto, o candidato de direita “Tuto” sugeriu uma injecção de “choque” para reformar a lei dos hidrocarbonetos para dar prioridade à meta, para dar prioridade aos subsídios-alvo, para atrair importações gratuitas sob uma logística transparente, para atrair importações gratuitas sob uma logística transparente.
Ambos os planos enfrentam a mesma barreira: défice em moeda estrangeira, contrabando generalizado e exploração ano após ano.