Os EUA ofereceram-se para mediar novas conversações para pôr fim à última onda de violência, defendendo o acordo de paz de Outubro.
Publicado em 26 de dezembro de 2025
O Camboja acusou as forças tailandesas de realizar ataques aéreos “brutais” enquanto os dois lados mantêm novas conversações com o objetivo de desescalar o seu conflito fronteiriço de longa data.
Caças tailandeses lançaram dezenas de bombas perto da vila de Chouk Che, no noroeste do Camboja, na manhã de sexta-feira, causando “destruição generalizada de casas, propriedades e infraestrutura pública de civis”, disse a agência de notícias estatal do Camboja, citando o Ministério da Defesa.
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No final da manhã, as forças tailandesas lançaram fogo de artilharia na área de Stung Bot, perto da fronteira, informou a agência de notícias cambojana Agence Kampuchea Press.
O Ministério da Defesa do Camboja condenou os ataques como “graves atos de agressão” que colocaram deliberadamente em perigo “vidas e infraestruturas civis”. Disse que os ataques em Chowk Che foram “extraordinariamente brutais e desumanos”.
A violência marca a mais recente escalada desde que eclodiram novos confrontos em 8 de dezembro, inviabilizando um cessar-fogo prolongado negociado pelos Estados Unidos e pela Malásia em outubro. Os combates neste mês mataram pelo menos 96 pessoas e deslocaram quase um milhão de pessoas, segundo autoridades de ambos os lados.
Autoridades de defesa da Tailândia e do Camboja realizaram as primeiras conversações na quarta-feira desde o início de novos confrontos, embora não tenham produzido grandes avanços diplomáticos.
O porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Mali Socheta, disse que há planos para continuar as negociações sob o comitê bilateral de fronteira na sexta-feira, disse a agência de notícias Anadolu.
Ele espera que as novas conversações restabeleçam o cessar-fogo, tragam estabilidade regional e permitam que os civis deslocados regressem às suas casas, informou a Anadolu.
EUA e Rússia pedem resolução diplomática
O conflito entre a Tailândia e o Camboja decorre de uma disputa territorial sobre a linha de demarcação de 800 km (500 milhas) da era colonial e as ruínas de antigos templos localizados na fronteira.
Enquanto trocavam acusações de ataques a civis, cada lado culpava o outro pela autodefesa, provocando novos combates.
Na quinta-feira, os EUA expressaram preocupação com o surto de violência e ofereceram-se para mediar novas conversações. Numa chamada com o primeiro-ministro cambojano, Han Monnet, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, “reafirmou o desejo de paz do presidente (Donald) Trump e a necessidade de implementar plenamente os Acordos de Paz de Kuala Lumpur”, afirmou um comunicado de imprensa do Departamento de Estado dos EUA.
A Rússia também incentivou ambos os lados a pôr termo à disputa diplomaticamente.





