Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) – A Boeing (BA) pediu à Administração Federal de Aviação na sexta-feira que renunciasse às regras de emissões de aeronaves para permitir a venda de mais 35 cargueiros Boeing 777F, citando a forte demanda dos clientes e atrasos no avião de próxima geração.
As regras entrarão em vigor em 2028. A Boeing disse que a próxima geração do 777-8 Freighter, que deverá cumprir o limite, não estará pronta antes dessa data. A Boeing disse que a isenção permitiria atender à demanda prevista dos clientes pelo avião de carga antes que o 777-8F entrasse em serviço.
A Boeing disse que está buscando aprovação até 1º de maio. A empresa disse que espera entregar o primeiro 777-8F cerca de dois anos após a primeira entrega do 777-9, que atualmente está prevista para 2027.
Sob o então presidente Joe Biden, a FAA emitiu regras finais em fevereiro de 2024, adotando padrões internacionais para reduzir a poluição por carbono da maioria das grandes aeronaves que voam no espaço aéreo dos EUA. As regras não se aplicam a aeronaves em serviço antes dessa data
Cargueiros maiores são essenciais para a exportação de produtos, disse a Boeing.
“Dos US$ 600 bilhões em mercadorias exportadas por carga aérea em 2024, mais de US$ 260 bilhões foram transportados em grandes cargueiros de fuselagem larga”, disse a Boeing.
Acrescentou que cada aeronave 777F exportada para um cliente estrangeiro contribui com 440 milhões de dólares em valor de catálogo para uma balança comercial positiva, indicando que mais de 15 mil milhões de dólares em exportações dos EUA poderiam ser perdidos sem o desconto.
A Boeing afirma que o 777F é o avião com maior eficiência de combustível para o mercado global de cargueiros e o único grande cargueiro de fuselagem larga em produção.
No ano passado, o Congresso aprovou legislação que permite à Boeing continuar a produzir o seu cargueiro 767 nos EUA por mais cinco anos até 2033, com uma isenção das regras de eficiência da FAA que entram em vigor em 2028.
No ano passado, a FAA afirmou que a aviação civil é responsável por 9% das emissões dos transportes domésticos e 2% da poluição total por carbono dos EUA. Sob Biden, os Estados Unidos divulgaram um plano de acção climática que visa atingir emissões líquidas zero de gases com efeito de estufa no sector da aviação dos EUA até 2050.
(Reportagem de David Shepardson em Washington; edição de Edmund Claman)

