Muitos casais brigam por dinheiro ou discutem sobre quem paga o quê, especialmente num mundo onde o “homem” não é mais o único “ganha-pão”. Mas o que realmente significa “justo” na sociedade de hoje – e quando um conselheiro matrimonial (ou de divórcio) pode ser apropriado?
Veja o exemplo hipotético de Nick e Katya. Nick trabalha com finanças e ganha US$ 700 mil por ano, enquanto Katya trabalha para o governo federal e ganha um salário anual de US$ 90 mil. Eles estão casados há 10 anos e não têm filhos.
Todo mês, Katya coloca US$ 1.100 em uma conta conjunta para suas despesas regulares — eles possuem uma casa grande e dois carros — enquanto Nick contribui com US$ 6.500. Nick também paga contas extras e entretenimento, como jantares fora, e paga as férias.
Embora tenham uma faxineira que vem uma vez por semana, Katia cuida de toda a cozinha e das tarefas domésticas diárias, como lavar a louça, fazer compras e ir à lavanderia. Ela até registra seus impostos.
Mesmo assim, Nick não aprecia o trabalho que Katya faz em casa e acredita que ela não está contribuindo no casamento porque não ganha dinheiro suficiente.
Idealmente, ele deseja dividir os custos domésticos igualmente, embora ganhe muito mais dinheiro, e considerar o que resta de sua renda discricionária. E porque ganha mais dinheiro, Nick gosta de exercer controle sobre os gastos discricionários de Katya.
Katya gostaria de discutir suas finanças e planejar o futuro, mas Nick recusa. Agora Katia se pergunta se a forma como eles lidam com as finanças é correta e o que é justo na hora de dividir as despesas domésticas.
Os casais lidam com as finanças de maneira diferente – e isso muda com o tempo.
Em 2023 (a última data para a qual estão disponíveis dados do censo), 23% dos casais não partilhavam quaisquer contas bancárias conjuntas (1), contra 15% em 1996 (2). A configuração mais comum, que representa cerca de dois em cada cinco casais, é ter apenas uma conta conjunta, embora isto tenha se tornado menos comum desde o final da década de 1990.
Embora os dados não revelem como as despesas são tratadas, 17% dos casais abordam as suas finanças como Nick e Katya – com cada cônjuge a gerir uma conta pessoal, além de uma conta conjunta. Esta configuração cresceu em popularidade nas últimas décadas (2), inclusive entre casais não casados em relacionamentos firmes (3).
Muitos especialistas concordam que a forma como os casais dividem o seu dinheiro depende da preferência pessoal. “Você não terá a mesma resposta para todos os casais sobre o que é justo”, disse à CNBC o psicólogo social Michael Krauss, professor associado de comportamento organizacional na Universidade de Yale.
No entanto, muitos consultores financeiros recomendam que os casais dividam as despesas domésticas proporcionalmente, em vez de 50-50. Ou seja, dividir as despesas de acordo com o nível de renda de cada pessoa e as demais contribuições da família. Essa estratégia pode ser repetida todos os anos ou quando um dos cônjuges consegue um novo emprego ou cai, como uma herança.
Em última análise, qualquer estrutura de pagamento pode ser considerada justa – desde que ambas as partes estejam de acordo com ela. O foco não está necessariamente em contribuições iguais, mas no que é equitativo considerando o salário e o patrimônio líquido de cada sócio.
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A chave para avançarmos juntos é garantir que ambos os parceiros concordam com os seus objetivos financeiros e comunicam regularmente. Não fazer isso pode levar à infidelidade financeira (4) – onde os casais mentem ou guardam segredos financeiros um do outro – e pode até contribuir para o divórcio. (5)
Ter essas conversas pode ser difícil. Para ajudar, a Fidelity Viewpoints sugere que os casais dêem um ao outro “divulgação completa de suas finanças o mais cedo possível em seu relacionamento (incluindo todas as dívidas, ativos, receitas e despesas)”. (6)
A Fidelity também sugere escolher “o horário, o local e a agenda para suas negociações sobre dinheiro com cuidado” – não quando você estiver cansado ou com pressa – e focar em objetivos comuns.
Se um dos parceiros, como Nick, não estiver disposto a ter estas conversas, pode haver um problema maior e o casal pode precisar de procurar ajuda profissional.
Por exemplo, Nick quer que Katya ganhe mais dinheiro, mas ele não parece se importar se ela gosta de seu emprego atual ou se ele traz bons benefícios e uma pensão.
Nesse caso, o casal parece ter uma diferença de valores, e não apenas pensamentos diferentes sobre dinheiro.
Katya e Nick podem querer conversar com um consultor financeiro, que pode ajudá-los a ter uma visão do que é justo, como definir seus objetivos comuns e como podem trabalhar juntos para alcançar esses objetivos comuns.
Quando um dos parceiros não está disposto a se mudar, como Nick, pode ser útil consultar um terapeuta financeiro, um profissional qualificado que ajuda as pessoas a entender como se sentem e se comportam em relação ao dinheiro e a fazer alterações, se necessário.
Um terapeuta financeiro pode facilitar uma conversa aberta e respeitosa e ajudar o casal a chegar a um acordo sobre o que é justo.
Para este casal, parece que há questões além do dinheiro, como a falta de respeito de Nick pelas outras contribuições de Katya para a família e sua necessidade de ditar como ela gasta seu dinheiro, o que um terapeuta financeiro ou mesmo um conselheiro matrimonial poderia ajudar a resolver.
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Escritório do Censo dos EUA (1); (2); PewCNBC (3); portão do banco (4); Biblioteca Nacional de Medicina (5); Lealdade (6).
Este artigo fornece apenas informações e não deve ser considerado um conselho. É fornecido sem qualquer tipo de garantia.