A próxima quebra do mercado será silenciosa e é exatamente por isso que os investidores sentirão falta dela

Os mercados raramente caem como as pessoas esperam. Eles não evocam nenhum sentimento familiar. Eles não dão uma contagem regressiva. A próxima quebra do mercado não começará com pânico ou manchetes gritantes. A próxima quebra do mercado não se assemelhará aos acontecimentos de 2008 ou 2020, pois esses momentos permanecem gravados nas nossas memórias. Os investidores estão condicionados a assistir novamente ao mesmo filme. Eles aguardam um vilão, um escândalo, uma fraude e um choque. Eles estão esperando por drama. É por isso que eles farão falta. As quedas mais perigosas nos mercados são os silêncios. Os investidores são distraídos pelo ruído acima, fazendo com que comecem abaixo da superfície. As quedas do mercado raramente são teatrais. Eles são estruturais. Aparecem primeiro na liquidez, na amplitude, na participação e no crédito, antes mesmo de aparecerem nos preços. Os primeiros sinais são silenciosos e o silêncio é desconfortável porque não lhe dá nada a que responder. Já vi esse padrão muitas vezes. Os mercados são mais frágeis quando parecem mais ordenados. O próximo download começará com calma, não com caos.

O padrão: o fracasso silencioso sempre foi o risco real

As pessoas se lembram do drama e esquecem o acúmulo. Os investidores lembram-se da queda de 22% em 1987. O que esquecem é o silêncio antecipado. A largura vem enfraquecendo há meses. Os spreads de crédito alargaram-se. A volatilidade permaneceu baixa. Todos pensavam que silêncio significava estabilidade. O sinal foi o silêncio. O Nasdaq quebrou em março de 2000, mas as pequenas capitalizações já vinham aparecendo há meio ano. A liderança ficou reduzida aos nomes mais fortes. A fita permaneceu calma enquanto o mercado abaixo dela quebrou. O dano foi feito muito antes que as pessoas percebessem. Lembro-me de conversar com um gestor de fundos naquela primavera que não conseguia entender por que seu livro-razão estava sangrando enquanto o índice parecia bom. Em 2015 e 2016. Os mercados de alto rendimento eclodiram primeiro. O índice demorou muito mais para refletir a ruptura. A narrativa sempre vem por último.

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