O presidente Donald Trump anunciou na sexta-feira que comutou a sentença do ex-deputado norte-americano George Santos, que se declarou culpado de múltiplas acusações, incluindo fraude e roubo de identidade, e cumpriu mais de sete anos de prisão federal. Santos foi libertado na noite de sexta-feira da Instituição Correcional Federal em Fairton, Nova Jersey, e foi recebido por familiares ao sair da instalação.
Santos, um republicano de Nova Iorque, foi condenado em Abril por fraudar doadores de campanha e roubar a identidade de 11 pessoas, incluindo membros da sua própria família, para promover as suas ambições políticas. Ele começou a cumprir a pena em julho em um campo de prisioneiros de segurança mínima com menos de 50 presos.
No anúncio de Trump, ele chamou Santos de “trapaceiro”, sugerindo que existem muitas dessas figuras em todo o país que não enfrentaram punições severas. Trump expressou sua decisão de comutar a sentença de Santos em sua plataforma de mídia social, escrevendo: “George Santos era um ‘bandido’, mas muitos bandidos em nosso país não são forçados a cumprir sete anos de prisão… Desejo a George uma boa vida!”
Enquanto estava na prisão, a conta de Santosin nas redes sociais estava ativa e ele falou sobre suas experiências na prisão. Na sua última carta, publicada num jornal local de Long Island, apelou diretamente a Trump, invocando valores partilhados de justiça e humanidade. “Peço humildemente que considerem a dor e as dificuldades extraordinárias deste ambiente e me permitam a oportunidade de retornar para minha família, amigos e comunidade”, escreveu ele.
A comutação segue um padrão de medidas de clemência de alto nível que Trump tomou desde que retomou a Casa Branca em janeiro. No início deste ano, ele perdoou o ex-deputado americano Michael Grimm, que foi condenado por fraude fiscal, e o ex-governador de Connecticut, John Rowland, que tem um histórico de corrupção. No entanto, a libertação de Santos é particularmente notável dada a reação negativa que enfrentou dentro do seu próprio partido.
Santos, que fez história em 2022 como o primeiro republicano assumidamente gay eleito para o Congresso, cumpriu pena menos de um ano após grandes revelações sobre a sua história de vida fabricada, que incluía falsas alegações sobre a sua formação educacional e profissional. Ele afirmou ser um consultor de negócios de sucesso e se formou no Baruch College. Na verdade, Santos teve dificuldades financeiras, enfrentando o despejo e o subsequente escrutínio sobre as finanças da sua campanha.
Santos foi expulso da Câmara dos Deputados em 2023 após se declarar culpado de diversos crimes financeiros, incluindo a cobrança fraudulenta de auxílio-desemprego, tornando-se o sexto membro na história a ser expulso por seus colegas.
Enquanto alguns, como a deputada norte-americana Marjorie Taylor Green, aplaudiram a decisão de Trump de comutar a sentença de Santos, outros, incluindo o deputado norte-americano Nick LaLotta, expressaram consternação, rotulando a sentença original de “grave injustiça”. Lalotta criticou Santos por “não apenas mentir” e afirmou que suas ações poderiam ter consequências mais graves.
A ordem de comutação de Trump não só levantou a pena de prisão de Santos, mas também eliminou quaisquer multas, restituição ou requisitos de liberdade condicional descritos na sua acusação. Santos concordou anteriormente em pagar US$ 373 mil em restituição e confisco como parte da sentença.
Ao justificar a sua decisão, Trump observou que as invenções feitas por Santos poderiam ser comparadas a declarações enganosas feitas pelo senador Richard Blumenthal, um crítico frequente de Trump, sobre o seu serviço militar. Trump argumentou que Santos demonstrou “coragem, convicção e inteligência” ao votar consistentemente nos republicanos, justificando assim a sua clemência.










