Os Estados Unidos anunciaram planos para cortar a ajuda à Colômbia e impor tarifas sobre as exportações colombianas, após a declaração do presidente Donald Trump acusando o presidente colombiano Gustavo Petro de não conseguir combater eficazmente a produção de drogas. Durante uma publicação nas redes sociais, Trump rotulou Petro de “traficante ilegal” e destacou a falta de ação contra as operações antidrogas na Colômbia, alertando que os EUA tomariam medidas agressivas se Petro não agisse.
No Air Force One, Trump reiterou as suas opiniões, alegando que a Colômbia se tinha tornado uma “máquina de fabricar drogas” sob a liderança de Petro, a quem menosprezou como “um lunático”. Ele sugeriu que novas tarifas seriam anunciadas em breve, sublinhando a crescente frustração do governo com as políticas antidrogas da Colômbia. Nos desenvolvimentos anunciados, o secretário da Defesa, Pete Hegseth, confirmou uma recente operação militar dos EUA que visava um navio ligado ao grupo rebelde colombiano Exército de Libertação Nacional (ELN). Embora não tenham sido apresentadas provas que apoiassem as alegações de tráfico de droga, a declaração foi acompanhada por um vídeo que mostrava um barco em chamas após a explosão.
Petro, que tem sido veemente nas suas respostas às acusações de Trump, defendeu os esforços da sua administração para combater o tráfico de drogas na Colômbia, que continua a ser o maior exportador mundial de cocaína. Ele rebateu as afirmações de Trump de que “não é um traficante de drogas tentando promover a paz na Colômbia”, acusando o presidente dos EUA de ignorância sobre o assunto. O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia caracterizou as declarações de Trump como uma ameaça direta à sua soberania nacional e criticou-o por sugerir intervenções em território colombiano. O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, também citou os sacrifícios dos soldados colombianos e defendeu o compromisso do país no combate ao tráfico de drogas.
O conflito em curso entre os EUA e a Colômbia representa riscos para a aliança historicamente forte, especialmente porque os EUA intensificaram a pressão sobre a vizinha Venezuela, onde meios militares foram mobilizados em toda a região, no que foi descrito como uma luta armada contra os cartéis da droga. Embora a Colômbia tenha tradicionalmente recebido apoio substancial dos EUA, estatísticas recentes indicam uma redução significativa na ajuda financeira americana, com preocupações de que os cortes contínuos possam enfraquecer as forças militares e policiais da Colômbia, uma vez que enfrenta desafios de segurança.
As relações azedaram ao longo do ano, devido a várias disputas entre os dois líderes, incluindo divergências sobre aeronaves militares dos EUA e o tratamento dos migrantes deportados. As tensões aumentaram quando Petro criticou os EUA por um ataque militar em Setembro que, segundo ele, resultou na morte de um pescador inocente, o que levou a apelos a uma acção legal internacional contra o governo dos EUA.
Apesar da retórica crítica, a administração Petro está a envolver-se na medida em que pretende processar um colombiano que sobreviveu a um recente ataque dos EUA a um submersível alegadamente utilizado para o tráfico de droga. O ELN, que tem negado consistentemente o envolvimento no tráfico de droga, continua a ser controverso, com as autoridades colombianas a denunciarem regularmente apreensões de droga nas suas operações.
Com sete ataques dos EUA relatados desde o início de Setembro, resultando em múltiplas mortes, a situação continua a agravar-se, suscitando preocupações entre os analistas sobre as implicações para as relações EUA-Colômbia e para a estabilidade regional global. Os especialistas sublinham a necessidade de cooperação e não de confronto, alertando que a alienação da Colômbia poderia ter consequências prejudiciais para os interesses dos EUA na América Latina.









