A morte de Sharif Usman Hadi, um líder estudantil radical no Bangladesh, provocou protestos generalizados e violência em todo o país. Hadi, 32 anos, sucumbiu aos ferimentos num tiroteio em 12 de dezembro, enquanto fazia campanha como candidato independente pelo círculo eleitoral de Dhaka-8 nas próximas eleições gerais. A sua morte, em 18 de dezembro, depois de ter sido transferido para Singapura para receber cuidados médicos avançados, provocou indignação entre os seus apoiantes, que saíram às ruas para exigir justiça.
Hadi foi uma figura proeminente no Inquilab Manja, um grupo estudantil radical da Universidade de Dhaka que liderou protestos contra o antigo governo da Liga Awami (AL) em 2024, que depôs o líder da AL e ex-primeira-ministra Sheikh Hasina.
Após o assassinato de Hadi, multidões violentas atacaram vários alvos, incluindo o Alto Comissariado Indiano e os meios de comunicação. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, aumentando as tensões e levantando questões sobre a segurança do processo eleitoral agendado para Fevereiro.
As autoridades lançaram uma investigação para identificar e prender os responsáveis pelo assassinato de Hadi. A polícia identificou dois principais suspeitos, ofereceu recompensas substanciais por informações que levassem à sua captura e prendeu pelo menos 20 pessoas relacionadas com o caso.
Num discurso televisionado, o conselheiro-chefe Muhammad Yunus descreveu o assassinato de Hadi como uma “tentativa premeditada” de desestabilizar a democracia e perturbar o processo eleitoral. Ele prometeu uma investigação completa enquanto pedia ao público que permanecesse calmo e permitisse que a aplicação da lei trabalhasse. O governo declarou o dia 19 de dezembro como dia nacional de luto e realizou orações especiais em todo o país em homenagem a Hadi.
O cenário político no Bangladesh está repleto de incerteza, à medida que são levantadas questões sobre a possibilidade de realizar eleições livres e justas na sequência da violência e da agitação. Os seguidores de Hadi declararam-no um mártir na luta contra o que consideram uma hegemonia estrangeira, e mais protestos são esperados nos próximos dias, enquanto a nação luta com o seu futuro político.







