Os militares dos EUA expandiram a sua ofensiva contra os traficantes de drogas no leste do Pacífico

Os militares dos EUA realizaram sua nona operação contra suposto contrabando de drogas no leste do Oceano Pacífico na quarta-feira, matando três pessoas. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que a operação marca uma expansão significativa da luta do governo Trump contra o tráfico de drogas na América do Sul. Na noite anterior, foi realizado um ataque semelhante, que provocou duas mortes, elevando para 37 o número total de mortos desde o início destas operações militares no mês passado.

Os recentes ataques representam uma mudança estratégica nas operações militares das suas antigas áreas de concentração nas Caraíbas para o Pacífico Oriental, onde são traficadas quantidades significativas de cocaína, principalmente da Colômbia e do Peru. Hegseth equiparou a repressão aos traficantes de drogas com a resposta pós-11 de Setembro ao terrorismo, afirmando que “estes cartéis estão a travar guerra nas nossas fronteiras e no nosso povo”. Ele enfatizou seu compromisso em garantir que essas organizações, que ele descreveu como “Al Qaeda em nosso hemisfério”, “não tenham santuário ou tolerância”.

O Presidente Trump justificou os ataques militares como parte de um “conflito armado” com os cartéis da droga, classificando-os como combatentes ilegais ao abrigo do mesmo quadro jurídico que anteriormente apelou na guerra contra o terrorismo. Numa recente conferência de imprensa, Trump deu a entender que mais ataques poderiam espalhar-se por terra, dizendo: “Quando vierem por terra, vamos atingi-los com força”.

Os líderes republicanos, como o secretário de Estado, Marco Rubio, manifestaram o seu apoio às greves, observando que a suspensão dos carregamentos de droga evitaria incidentes como a acção militar, com preocupações bipartidárias sobre a legalidade destas acções. Os legisladores questionaram a autoridade de Trump para ordenar tais ataques sem aprovação prévia do Congresso e falta de transparência sobre a estratégia mais ampla.

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As postagens de Hegseth nas redes sociais mostraram dois vídeos curtos dos ataques, um mostrando um pequeno barco carregado de pacotes pegando fogo e outro mostrando um navio sendo atingido em trânsito. Os militares dos EUA aumentaram significativamente a sua presença nas ilhas das Caraíbas e perto da costa venezuelana, levantando especulações sobre uma possível ação contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que enfrenta acusações de terrorismo de drogas nos EUA.

Apesar do envolvimento activo dos militares, subsistem questões sobre a acusação dos que foram apanhados nestas operações, e os anteriormente detidos foram libertados devido a provas insuficientes de irregularidades. Isto levou a reações de algumas autoridades equatorianas sobre a libertação de indivíduos que regressaram aos seus países.

À medida que prossegue o debate no Congresso sobre a legalidade e eficácia destes ataques, alguns Democratas denunciam-nos como uma violação do direito internacional. Os legisladores levantaram preocupações sobre a viabilidade de destruir navios sem questionar os tripulantes para encontrar a origem das drogas, destacando uma divisão de opinião sobre a melhor forma de combater o tráfico de drogas. Embora o Senado controlado pelos Republicanos tenha rejeitado medidas destinadas a limitar os poderes militares do presidente, o debate continua sobre as implicações jurídicas das medidas.

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