O chefe do Serviço de Guarda de Fronteiras do Estado da Lituânia, Rustamas Liubajevas, observou que a finalidade dos balões encontrados perto do aeroporto de Vilnius não foi determinada até à data, embora no passado estes objetos tenham sido utilizados principalmente para o contrabando de cigarros ilegais. Conforme noticiado pelos meios de comunicação que revelaram esta informação, a situação levou a uma série de restrições do espaço aéreo, enquanto as autoridades lituanas culparam o governo bielorrusso pelo incidente.
O próprio aeroporto anunciou através dos seus canais oficiais que suspendeu as operações na noite de sábado após a descoberta de balões meteorológicos perto do aeroporto de Vilnius. De acordo com a informação divulgada, o encerramento temporário do tráfego aéreo teve início às 21h35. Durou até as 4h, horário local, e afetou até 25 voos, incluindo desvios, cancelamentos e atrasos.
Seis voos tiveram de ser redireccionados para outros aeroportos, quatro foram cancelados e quinze sofreram atrasos, com alterações de horários e rotas previstas, indica o balanço oficial. Este é o segundo dia consecutivo que tais medidas são tomadas na capital lituana, uma vez que ocorreu um incidente semelhante na sexta-feira, que afetou também o aeroporto de Kaunas. Os meios de comunicação de referência afirmam que a repetição destes episódios abalou as relações diplomáticas entre a Lituânia e a Bielorrússia.
As autoridades lituanas culparam o governo bielorrusso por estes acontecimentos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia apresentou um protesto formal junto do executivo de Minsk ainda antes de ocorrer o último incidente em Vilnius, dada a repetição do que considera serem violações do seu espaço aéreo. “Estas repetidas ações irresponsáveis são inaceitáveis e violam o direito internacional”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado divulgado pelos mesmos meios de comunicação.
O alcance dos últimos incidentes é maior do que o caso específico deste fim de semana. Na quarta-feira, antes do incidente em Vilnius, duas passagens fronteiriças que ligam a Lituânia à Bielorrússia, Medininkai e Salsininkai, foram temporariamente encerradas devido a várias dezenas de balões com características semelhantes, provocando a perturbação de mais de 30 voos e afetando 4.000 passageiros. Os mesmos meios de comunicação noticiaram isto, observando que as restrições e encerramentos alargaram desde então a sua duração e frequência.
O conflito criou reações ao mais alto nível político. A primeira-ministra da Lituânia, Inga Ruginian, alertou publicamente para a possibilidade de ordenar o encerramento total da fronteira com a Bielorrússia caso tais episódios persistam, endurecendo a postura de tentar impedir a recorrência destas travessias ilegais. De acordo com os referidos meios de comunicação, existe uma preocupação crescente no governo lituano com a continuação de tais incidentes, que são considerados uma ameaça à segurança do espaço aéreo e à soberania nacional.
Do ponto de vista operacional, os repetidos encerramentos nos principais aeroportos do país e as alterações nas rotas nos céus da região representam um desafio para as autoridades da aviação civil, companhias aéreas e utilizadores. A monitorização do aparecimento de balões que se pensa terem descolado do território bielorrusso forçou a implantação de recursos adicionais de vigilância das fronteiras e o ajuste dos protocolos de resposta a potenciais violações do espaço aéreo.
A origem e a finalidade definida dos itens encontrados permanecem obscuras, embora as investigações oficiais considerem um histórico de utilização para operações de contrabando. Como disse Liubajevas à imprensa, nos últimos anos este tipo de balões tem sido principalmente associados ao contrabando ilegal de tabaco, situação que acrescenta uma dimensão adicional de preocupação sobre a utilização de métodos não convencionais para cometer crimes transfronteiriços.
Paralelamente, verifica-se um aumento dos intercâmbios diplomáticos e um reforço das medidas de controlo por parte da Lituânia, que detém firmemente a responsabilidade do governo bielorrusso pela origem e recorrência destes incidentes. A resposta incluiu a formalização de reclamações perante organismos internacionais e a discussão sobre a implementação de medidas mais rigorosas em termos de segurança fronteiriça e gestão do espaço aéreo nacional. As autoridades mantêm a vigilância e a coordenação entre as agências de controlo de fronteiras e de aviação quando ocorrem novas incursões, conforme reflectido nas reportagens da comunicação social.






