Ministro da defesa do Paquistão contra a Índia em meio ao conflito fronteiriço com o Afeganistão

Em meio à escalada das tensões entre o Paquistão e o Afeganistão, marcada por confrontos fronteiriços mortais, o ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, levantou sérias acusações contra a Índia. Numa declaração recente, tentou relacionar o momento das escaramuças fronteiriças com a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão à Índia, argumentando que os incidentes ocorreram durante compromissos diplomáticos.

Asif afirmou que o governo talibã estava envolvido num conflito para proteger os interesses da Índia, sugerindo que foram apanhados no que ele chamou de “guerra por procuração da Índia”. Seus comentários foram feitos logo depois que os dois países concordaram em observar um cessar-fogo temporário por 48 horas, começando às 18h, horário local, na quarta-feira, 15 de outubro.

Numa entrevista à Geo News, Asif expressou dúvidas sobre a duração do cessar-fogo, dizendo: “Duvido que o cessar-fogo dure porque Deli está a patrocinar as decisões do Taliban (afegão)… Agora, Cabul está a travar uma guerra por procuração por Deli.” Incluiu ainda a visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Talibã, Amir Khan Mutaqi, à Índia, alegando que o Paquistão poderia ter nascido nessa viagem, embora não tenha fornecido quaisquer provas que apoiassem tais afirmações.

Anteriormente, o primeiro-ministro Shehbaz Sharif tinha qualificado o povo afegão como “inimigos” do Paquistão e argumentou que, apesar das honrosas aberturas do Paquistão para com eles, eles retribuíam tais gestos com ingratidão. Fazendo eco deste sentimento, Asif reiterou a sua crença de que os afegãos se alinharam historicamente com a Índia, sugerindo que este alinhamento continuará no futuro.

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O pano de fundo destes intercâmbios de alto nível inclui confrontos contínuos ao longo da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, levando a uma violência significativa na região. O acordo de cessar-fogo recentemente mediado seguiu-se a um período de alguns dos confrontos mais mortíferos dos últimos anos, que viu ataques dos talibãs afegãos e contra-ataques dos militares paquistaneses. O porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, observou que o cessar-fogo foi iniciado com base na insistência do Paquistão, embora tenha omitido o prazo especificado em suas comunicações nas redes sociais.

Numa declaração recente, o regime talibã instruiu as forças afegãs a respeitar o cessar-fogo desde que não sejam tomadas medidas agressivas. No entanto, os dois países culparam as hostilidades em curso, com os militares paquistaneses alegando terem matado 15 a 20 combatentes talibãs afegãos no distrito fronteiriço de Spin Boldak, enquanto os talibãs alegaram que vários soldados paquistaneses foram mortos em encontros separados.

A situação piorou após duas explosões em Cabul, que levaram a uma escalada do conflito. Embora Islamabad não tenha reivindicado a responsabilidade por estas explosões, respondeu aos anúncios das autoridades paquistanesas prometendo medidas sérias contra aqueles que abrigam combatentes talibãs paquistaneses (TTP). Um cessar-fogo temporário foi anunciado pouco antes de resultar em novas explosões em Cabul e Kandahar, levantando questões sobre a perspectiva de uma paz duradoura entre os dois países.

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