Surgiram fotografias recentemente reveladas de Rosa Parks, tiradas pelo famoso fotógrafo de direitos civis Matt Herron, mostrando aspectos da vida e do ativismo de Parks. Parks fotografou a Marcha Selma a Montgomery de 1965, um evento crucial que desempenhou um papel fundamental na aprovação da Lei dos Direitos de Voto dos EUA naquele mesmo ano.
A divulgação dessas fotografias coincide com os eventos que comemoram o 70º aniversário do boicote aos ônibus de Montgomery, que começou em 1º de dezembro de 1955. O boicote, que se seguiu à recusa de Parks em ceder seu assento no ônibus a um passageiro branco, tornou-se um momento seminal na luta contra a segregação no transporte público. Neste aniversário, os participantes no boicote e os descendentes dos seus organizadores reúnem-se para refletir sobre o impacto duradouro dos seus esforços.
Donna Beisel, diretora do Museu Rosa Parks de Montgomery, enfatizou a importância das fotos recém-divulgadas, que foram doadas ao museu. “Isso mostra quem a Sra. Parks era como pessoa e como ativista”, afirmou ela, sugerindo que as fotografias revelam uma narrativa mais ampla da dedicação de Parks aos direitos civis, além de seu famoso ativismo desafiador.
As imagens incluem momentos da marcha envolvendo vários líderes dos direitos civis ao lado de pessoas comuns que contribuíram para o movimento. Apesar de sua importância histórica, muitas das fotografias de Herron permaneceram inéditas durante sua vida devido a questões como a obscuridade ou a obscuridade de certos assuntos. A recente descoberta dessas imagens veio de uma folha de contato arquivada na Universidade de Stanford, segundo a viúva do fotógrafo, Jeannine Heron.
Entre as pessoas que aparecem nas fotografias de Heron está Doris Wilson, uma ativista de 20 anos de Marion, Alabama, que participou da marcha histórica. Décadas depois, Wilson teve a oportunidade de ver essas imagens pela primeira vez, incluindo uma que mostra ela sendo tratada por ferimentos nos pés sofridos durante a marcha. O reencontro foi emocionante, marcando uma intensa ligação com a história que compartilhavam, quando conheceu a médica que cuidou dela, June Finer.
Destacando ainda mais as histórias pessoais entrelaçadas com este evento histórico, Cheryl Gardner Davis contou suas memórias de infância ao organizar marchas na fazenda de sua família no condado de Lowndes. Agora, já adulta, ela percebeu os riscos que sua família enfrentava ao apoiar o movimento. Fotografias recentemente descobertas incluem imagens do acampamento onde sua família hospedou os manifestantes, dando-lhes um pedaço importante da história de sua família.
Estes acontecimentos recentes e a revelação das fotografias de Herron trazem à mente os muitos heróis desconhecidos do Movimento dos Direitos Civis – muitas vezes omitidos dos relatos mais amplos deste período transformador na história americana. Os esforços para restabelecer a ligação entre estas imagens e as comunidades que representam sublinham um desejo colectivo de reconhecer e homenagear as pessoas comuns que desempenharam um papel fundamental na luta pela justiça e pela igualdade.




