O Departamento de Estado dos EUA anunciou restrições de visto a cinco cidadãos europeus que lideram esforços para pressionar as empresas tecnológicas americanas a censurar opiniões incompatíveis com os valores americanos. A medida surge no âmbito de uma nova política de vistos que visa reduzir a censura estrangeira, particularmente no que diz respeito aos direitos de liberdade de expressão em países como a Índia.
O senador Marco Rubio recorreu à plataforma de mídia social X para expressar suas preocupações, dizendo: “Por muito tempo, os ideólogos na Europa lideraram esforços organizados para forçar as plataformas americanas a punir as opiniões americanas às quais se opõem”. Ele enfatizou o compromisso do governo em combater o que descreveu como “censura desconhecida”.
Os cinco indivíduos que enfrentam sanções incluem o antigo Comissário Europeu e principal arquitecto da lei dos serviços digitais da UE, Thierry Breton. Esta lei é crucial para lidar com a desinformação nas plataformas digitais. Outros indivíduos listados são Imran Ahmed, executivo-chefe do Centro de Combate ao Ódio Digital; Claire Melford, chefe do Índice Global de Desinformação; e as líderes da Hate Aid, com sede na Alemanha, Josephine Ballon e Anna-Lena von Hodenberg.
Em resposta às sanções, Breton traçou paralelos entre o clima actual e a histórica caça às bruxas da era McCarthy nos Estados Unidos. Ele referiu-se às acções como “caça às bruxas”, reflectindo a atmosfera de paranóia e perseguição que caracterizou as campanhas de McCarthy contra alegados simpatizantes comunistas durante a Guerra Fria. Salientou que 90% dos membros do Parlamento Europeu e de todos os Estados-Membros a aprovaram por unanimidade e chamou a atenção para o grande apoio que a Lei dos Serviços Digitais recebeu.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês e europeu, Jean-Noel Barrett, condenou a decisão dos EUA, afirmando que a governação digital da UE não deve ser ditada por intervenientes externos. As implicações desta decisão vão além das sanções individuais; Desafiam os quadros existentes, como o Programa de Isenção de Vistos, que permite que muitos europeus viajem para os EUA sem visto.
A medida gerou um debate sobre a liberdade de expressão e tensões crescentes entre os EUA e a Europa sobre a moderação de conteúdos online. Os observadores estão a observar atentamente, pois isso poderá complicar ainda mais as relações transatlânticas, numa altura em que as diferentes abordagens à governação digital já são controversas. A questão mais ampla que emerge desta situação diz respeito ao equilíbrio entre a protecção da liberdade de expressão e a resposta às preocupações reais sobre a desinformação na era digital.







