Advogados que representam o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro apelaram na segunda-feira contra sua sentença de 27 anos de prisão em conexão com uma tentativa fracassada de golpe que se seguiu à sua derrota nas eleições de 2022. O recurso do Supremo Tribunal argumenta que a decisão anterior do tribunal, citando uma decisão que considerou Bolsonaro culpado de tentar derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continha “ambiguidades, omissões, contradições e ambiguidades”. Os procedimentos legais em torno do caso atraíram atenção significativa, incluindo a condenação do presidente dos EUA, Donald Trump, que retratou o julgamento como profundamente polêmico.
Detalhes da promotoria revelaram que a conspiração golpista incluía planos para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alcmin e Alexander de Moraes, um dos juízes do Supremo Tribunal que supervisionava o caso. As autoridades indicaram que a conspiração falhou devido à falta de apoio militar. Desde agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar, com a lei brasileira estipulando que ele não cumprirá pena de prisão até que todas as opções legais tenham sido integralmente seguidas.
Especialistas em direito brasileiro, como Thiago Bottino, da Fundação Getulio Vargas, observaram que, embora seja incomum que o Supremo Tribunal reverta suas decisões, são possíveis ajustes, como alterações nos períodos de condenação. Se o apelo de Bolsonaro falhar, ele poderá ser condenado à prisão domiciliar, alegando problemas de saúde. O homem de 70 anos foi recentemente diagnosticado com câncer de pele e sofreu problemas de saúde significativos, incluindo uma hospitalização em setembro por crises graves, vômitos e pressão arterial baixa.
Bolsonaro enfrentou vários problemas de saúde nos últimos anos, principalmente um esfaqueamento em 2018 que o deixou com graves lesões abdominais. Entretanto, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi autorizado em Maio a cumprir nove anos de prisão por corrupção doméstica devido a problemas de saúde semelhantes.
Alguns dos aliados de Bolsonaro no Congresso defenderam nos últimos meses um projeto de lei de amnistia que daria alívio a mais de 100 dos seus apoiantes que foram condenados por atacar edifícios governamentais pouco depois da tomada de posse de Lula, em janeiro de 2023. No entanto, a iniciativa perdeu força no meio de protestos generalizados.
Mesmo antes da sua condenação, Bolsonaro foi impedido de concorrer a cargos públicos até 2030 devido a alegações infundadas de fraude eleitoral contra o sistema de votação do Brasil. Embora os seus mais ferrenhos apoiantes afirmem que ele tem um caminho a percorrer nas eleições de 2026, outros candidatos conservadores estão a surgir, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo cenário político, o Presidente Lula, que celebrou recentemente o seu 80º aniversário, confirmou o seu desejo de um quarto mandato nas próximas eleições. Depois de enfrentar o declínio do apoio no início do ano, a posição de Lula melhorou à medida que ele gere as tensões crescentes nas relações comerciais com os Estados Unidos.
Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas e sanções às autoridades brasileiras, alegando que havia uma “caça às bruxas” contra o seu aliado Bolsonaro, Lula efetivamente virou a maré a seu favor. Recentemente, ele conversou com Trump, com o fim de semana na Malásia marcando o primeiro encontro oficial presencial entre os dois líderes para discutir questões comerciais, reforçando ainda mais a sua posição na arena política.








