Os advogados do ex-presidente Donald Trump argumentaram no tribunal federal na sexta-feira que ele deveria receber imunidade presidencial em ações civis relacionadas aos distúrbios de 6 de janeiro no Capitólio. A disputa legal surge no momento em que um grupo de legisladores democratas, incluindo o deputado Benny Thompson, abriu um processo acusando Trump de incitar um ataque violento com o objetivo de bloquear a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
A audiência foi realizada perante o juiz distrital dos EUA, Amit Mehta, que ouviu argumentos da equipe jurídica de Trump e dos advogados que representam os legisladores. Os advogados de Trump argumentaram que as suas ações antes dos acontecimentos de 6 de janeiro estão protegidas pela imunidade presidencial, e que ele agia na sua qualidade oficial de comandante-em-chefe num comício “Stop the Steal” perto da Casa Branca antes da violação da capital.
Joshua Halpern, um dos advogados de Trump, enfatizou a necessidade de imunidade presidencial ao fazer declarações de impeachment, argumentando que “o objetivo da imunidade é dar ao presidente clareza para falar neste momento”. No entanto, os advogados dos queixosos opuseram-se, afirmando que Trump deve provar que agiu apenas na sua capacidade oficial; Caso contrário, ele não poderá reivindicar imunidade. Ela citou precedentes do Supremo Tribunal que indicam que as ações tomadas durante a procura pelo cargo não são protegidas pela imunidade presidencial.
“O presidente Trump tem aqui o ónus da prova”, disse Joseph Sellers, advogado dos demandantes, sublinhando que Trump não cumpriu esse requisito. No final da audiência, o Juiz Mehta opinou que as peças processuais forneceram material considerável para deliberação e garantiram um julgamento o mais rápido possível.
A ação, movida por Thompson, que anteriormente presidiu o Comitê de Segurança Interna da Câmara, nomeia não apenas Trump, mas também seu advogado pessoal, Rudolph Giuliani, e membros de grupos terroristas como os Proud Boys e Oath Keepers. As reclamações civis persistem apesar da clemência de Trump nos primeiros dias do seu segundo mandato, que incluiu indultos e arquivamentos de mais de 1.500 processos criminais decorrentes da agitação na capital.
Halpern argumentou que o princípio da imunidade é essencial para permitir que os presidentes atuem “com ousadia e destemor” nas suas funções oficiais. Em contrapartida, a equipa jurídica dos demandantes indicou que o contexto em torno das declarações de Trump em 6 de Janeiro, para além do seu conteúdo, era fundamental para avaliar a sua responsabilidade e imunidade.
O caso continua a desenrolar-se à medida que o país se concentra nas implicações dos acontecimentos de 6 de Janeiro e na responsabilização dos envolvidos. Tal como contempla o tribunal, o debate sobre a imunidade presidencial traz à tona interpretações jurídicas complexas que podem influenciar futuros casos envolvendo ex-presidentes e a sua conduta durante o mandato.





