Administração Trump informa Congresso sobre ataques militares contra traficantes de drogas na América do Sul

Altos funcionários do governo Trump informaram um grupo de líderes seletos do Congresso na quarta-feira sobre uma campanha militar em expansão destinada a reprimir supostas operações de contrabando de drogas em águas sul-americanas. A reunião marcou uma das primeiras revelações de alto nível sobre a base jurídica e a abordagem estratégica destes ataques militares.

O secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, mantiveram conversações com legisladores bipartidários que supervisionam os assuntos de segurança nacional. A sessão de uma hora, realizada em uma área segura do Capitólio, provocou uma mistura de reações dos legisladores. Os membros do Partido Republicano mantiveram-se geralmente firmes ou manifestaram confiança nas operações militares em curso, que alegadamente resultaram na morte de pelo menos 66 pessoas em 16 ataques nas Caraíbas e no Pacífico oriental.

Por outro lado, os Democratas expressaram a necessidade de maior clareza sobre a condução destas greves e as justificações legais subjacentes. Os críticos argumentam que as operações militares podem violar o direito internacional e o direito dos EUA no contexto do ataque aos traficantes de droga em águas internacionais. O Senador Chuck Schumer, líder Democrata no Senado, fez eco desta preocupação e apelou a uma reunião abrangente de todos os senadores para discutir estas questões com mais profundidade.

O briefing surge num momento crucial, com a próxima votação no Senado sobre uma resolução que procuraria obrigar a aprovação do Congresso de qualquer acção militar contra a Venezuela. Desde que a campanha militar começou, há dois meses, os detalhes partilhados com o Congresso têm sido escassos. A administração optou em grande parte por ignorar as contribuições do Congresso, argumentando que os membros dos cartéis da droga deveriam ser classificados como combatentes ilegais sujeitos a acção militar letal.

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Entretanto, os militares dos EUA continuam a reforçar a sua presença naval ao largo da costa da América do Sul, levantando preocupações sobre um possível ataque da Venezuela. A posição militar surge à luz da intenção do presidente Donald Trump de destituir o presidente Nicolás Maduro, que enfrenta acusações de narcoterrorismo nos EUA.

Num briefing confidencial para os principais líderes de ambos os partidos, a administração Trump também forneceu aos senadores um documento legal detalhando a justificação legal para a campanha militar. Embora os legisladores estejam impedidos de divulgar detalhes específicos, o sentimento geral emergiu da sessão. O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, senador Jim Risch, expressou satisfação com as ações do governo e elogiou o presidente por priorizar a segurança dos jovens americanos.

Em contraste, os esforços recentes para informar apenas os senadores republicanos sobre esta campanha militar suscitaram críticas bipartidárias. Senadores como Mark Warner, o principal membro democrata do Comité de Inteligência do Senado, embora simpatizantes de uma abordagem mais agressiva a Maduro, disseram que era fundamental fornecer provas claras de que os navios visados ​​estavam realmente envolvidos no tráfico de drogas.

Enfatizando ainda mais este ponto, o deputado Jim Himes, o principal democrata no Comité de Inteligência da Câmara, disse que apesar dos esforços de inteligência dos EUA para examinar o conteúdo dos navios, o risco de erros continua elevado. Ele expressou dúvidas sobre se os militares estão a aplicar os mesmos protocolos rigorosos utilizados nas operações antiterroristas para minimizar as vítimas civis.

Os legisladores também analisaram um parecer confidencial do Gabinete de Consultoria Jurídica do Departamento de Justiça, que expõe a justificação jurídica para as greves. No entanto, os críticos, incluindo o senador Tim Kaine, consideraram que o documento carece de especificidade no que diz respeito às implicações mais amplas dos ataques contra a Venezuela. O deputado Gregory Meeks repetiu esta preocupação, indicando que não estava convencido da legalidade da acção militar.

Olhando para o futuro, está marcada para votação uma resolução liderada por Kaine e outros Democratas que forçaria o Congresso a aprovar qualquer acção militar contra a Venezuela. Antes de mobilizar qualquer força letal, Kaine enfatizou a importância de restaurar a autoridade do Congresso sobre os poderes de guerra e de se envolver numa deliberação abrangente.

Embora anteriores esforços legislativos semelhantes tenham fracassado em grande parte ao longo das linhas partidárias, há um cepticismo crescente entre os republicanos em relação à campanha militar do presidente. As tensões são evidentes entre os republicanos do Congresso e o Pentágono sobre várias decisões políticas. No entanto, vários senadores republicanos indicaram que apoiariam uma acção militar directa dentro da Venezuela. Entretanto, os Democratas apelaram a uma estratégia mais transparente e coerente em relação aos planos de administração na região. Persistem preocupações entre alguns legisladores de que a intervenção militar dos EUA na Venezuela carece de uma orientação clara.

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