A Rússia conduziu exercícios nucleares estratégicos sob a liderança do presidente Vladimir Putin, informaram autoridades do Kremlin na quarta-feira. O desenvolvimento ocorre pouco depois da cimeira entre o Presidente Trump e o Presidente Putin, que estava programada para ser realizada na Hungria, ter sido adiada. Embora o Kremlin tenha retratado o evento como um exercício de rotina, fontes da mídia ocidental retrataram as ações de Moscou como um sinal de preocupação.
O exercício nuclear envolve a combinação de elementos terrestres, navais e aéreos para avaliar uma avaliação abrangente das capacidades militares da Rússia, da prontidão das estruturas de comando militar e das competências operacionais do pessoal responsável pela gestão de tropas. “Sob a liderança do Comandante Supremo das Forças Armadas da Federação Russa, Vladimir Putin, foi realizado um exercício de treinamento envolvendo os elementos terrestres, marítimos e aéreos das forças nucleares estratégicas”, dizia o anúncio do Kremlin.
Durante o exercício, a Rússia lançou com sucesso um míssil balístico intercontinental Yars (ICBM) do Cosmódromo de Plesetsk visando um alcance em Kamchatka. O exercício incluiu o disparo de mísseis de cruzeiro de bombardeiros estratégicos Tu-95MS e o disparo de mísseis balísticos Sineva do submarino Bryansk localizado no Mar de Barents. O ICBM Yars tem um alcance de 10.500 a 12.000 km, tempo suficiente para atingir alvos no território continental dos Estados Unidos a partir de locais de lançamento russos.
Na sequência destes desenvolvimentos, Washington manifestou relutância em prosseguir com a cimeira proposta. Na terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, indicou que a administração preferiria não se envolver no que considera uma “reunião inútil”. A decisão seguiu-se a uma conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, na qual Rubio sinalizou a negação de um possível “cessar-fogo”, apesar das alegações da Rússia de querer a paz, que ele descreveu como improvável de levar a “alguma coisa”.
No meio destas tensões, as autoridades russas criticaram os meios de comunicação ocidentais por espalharem informações erradas sobre a situação. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, enfatizou que os preparativos para a cúpula ainda estão em andamento.
Os observadores do Kremlin interpretam a demonstração de poder militar através deste exercício nuclear como um movimento estratégico que visa intimidar as potências ocidentais, especialmente à luz das tensões em curso e do impasse sobre a situação na Ucrânia.








