Teerã inaugurou recentemente uma nova estação de metrô com o nome de uma figura cristã reverenciada, a Virgem Maria, marcando um gesto notável em direção à tolerância religiosa e à coexistência dentro da nação xiita. A estação, conhecida como Maryam Mogaddas em farsi, foi inaugurada oficialmente esta semana e está localizada na Linha 7 do metrô de Teerã, convenientemente localizada perto de uma das principais mesquitas armênias da cidade.
Num comunicado, o presidente da Câmara de Teerão, Alireza Sakani, saudou o projecto como uma representação da “coexistência de religiões divinas” na capital iraniana. Ele destacou a posição de Maria como uma figura reverenciada tanto no Cristianismo quanto no Islã. Sakani comentou: “Esta estação comemora a mulher divina que despertou o mundo através de sua santidade e nutriu um grande profeta”.
O nome e o design da estação receberam reações mistas local e internacionalmente. Embora alguns vejam isto como um passo positivo no sentido de abraçar e aceitar a diversidade religiosa, outros permanecem céticos, apontando para o contexto mais amplo de opressão sistémica enfrentada pelas minorias religiosas do Irão. Persistem preocupações sobre o tratamento destas comunidades, uma vez que o país tem um historial de repressão da expressão de diferentes identidades religiosas.
A estação Maryam Mogaddas possui elementos artísticos que respeitam as tradições persas e cristãs. Seu teto foi projetado para se assemelhar à cúpula de um santuário da Virgem próximo, incorporando aço inoxidável e um recorte em formato oval suavemente iluminado. A entrada está inscrita com inscrições persas e armênias que sublinham a importância simbólica da estação, “Em nome de Deus”.
A abertura serve como um lembrete do complexo cenário sócio-religioso do Irão, onde os ideais de tolerância contrastam fortemente com a realidade das práticas discriminatórias. A introdução da estação da Virgem Maria provocou um debate mais amplo sobre o papel do simbolismo religioso numa sociedade que luta com questões de identidade e aceitação, juntamente com a evolução da narrativa de intolerância em todo o mundo.








