O partido pró-militar de Mianmar reivindica uma vitória esmagadora; ONU critica eleições “falsas”

A agência de notícias AFP, citando um alto funcionário do partido, informou que o partido pró-militar de Mianmar, o Partido da Solidariedade e Desenvolvimento (USDP), obteve uma vitória completa na primeira fase das eleições no país.

Mianmar realizará eleições escalonadas de um mês em 2021, pela primeira vez desde que assumiu o poder por meio de um golpe. (AFP)

“Conquistamos 82 assentos na Câmara dos Deputados dos 102 nos círculos eleitorais que foram contados”, disse a agência de notícias citando um membro sênior do Partido Solidariedade e Desenvolvimento.

Mianmar está realizando eleições escalonadas de um mês, com uma fase de votação ocorrendo no domingo, depois que as forças armadas do país prometeram devolver o poder ao povo após assumirem o controle do país em um golpe de 2021.

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Segundo as estatísticas, este partido conquistou mais de 80 por cento dos assentos na câmara baixa, onde a votação foi realizada no domingo. Um funcionário do partido disse à AFP, sob condição de anonimato, que o partido conquistou todas as oito cidades da capital Naypyidaw.

O USDP é descrito por muitos analistas como um representante civil das forças armadas do país, afirma o relatório. O partido derrotou a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, da Liga Nacional para a Democracia, nas eleições de 2020. Mas o governo e o partido desmoronaram após um golpe militar de 2021, após o qual o partido de Aung San Suu Kyi não participou nas eleições em curso. O vencedor do Prémio Nobel da Paz ainda está detido.

Preocupações com a justiça das eleições

A Reuters relata que as eleições em Myanmar, as primeiras desde 2021, foram fortemente criticadas pelas Nações Unidas, por alguns países ocidentais e por organizações de direitos humanos, que consideram não terem sido “livres” e “justas”.

Tom Andrews, o enviado especial das Nações Unidas para os direitos humanos em Mianmar, disse no domingo que as eleições no país deveriam ser rejeitadas porque não são uma saída para a crise em Mianmar, informou a Reuters. Anteriormente, ele chamou esta eleição de “fraude”.

O porta-voz da junta reconheceu as críticas e disse que a estabilidade política prevalecerá no país após o referendo.

“Acreditamos que haverá um futuro melhor”, disse ele.

(Com informações da AFP, Reuters)

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