O Marrocos enfrentou um choque de realidade nas credenciais do título da Copa das Nações Africanas, ao empatar em 1 a 1 com o Mali em sua segunda partida do Grupo A, na sexta-feira, encerrando sua seqüência recorde de 19 vitórias consecutivas.
Noutros lugares, Mohamed Salah despediu o Egipto de 10 jogadores sobre a África do Sul num confronto polémico em Agadir, tendo já garantido o primeiro lugar do heptacampeão no Grupo B. Enquanto isso, tanto Comores-Zâmbia como Angola-Zimbabué terminaram empatados.
Classificação da Copa das Nações Africanas 2025-26
Marrocos continua a ser o grande favorito para vencer a Taça das Nações em casa, mas o empate 1-1 com o Mali dará a Walid Regragui muito que pensar enquanto se prepara para os desafios que se avizinham. Os anfitriões assumiram a liderança de pênalti aos cinco minutos dos acréscimos do primeiro tempo, com Brahim Diaz finalizando logo atrás de Dzigui Diarra após uma extensa consulta ao VAR.
O zagueiro do Mali, Nathan Gassama, foi considerado responsável pela área, não conseguindo lidar com Diaz e, ao contrário da primeira partida – onde Sofiane Rahimi não conseguiu converter contra as Comores – a finalização composta de Diaz deu ao Marrocos a plataforma para vencer.
Eles teriam assumido uma posição mais forte no intervalo se não fosse por um erro flagrante de Ismael Saibari aos 16 minutos, quando o meio-campista disparou à queima-roupa, depois que Diarra não conseguiu antecipar o chute de Diaz bloqueando seu caminho no segundo poste.
O Mali não escondeu antes do jogo que ia a Rabat “para vencer”, com o seleccionador Tom Saintfit a admitir publicamente que não deveria perder o jogo para a sua equipa depois de não ter conseguido vencer a Zâmbia na estreia. A sua equipa foi a melhor equipa na segunda parte, e a pressão crescente sobre a baliza marroquina valeu a pena aos 64 minutos, quando Jawad El-Yamik recebeu uma grande penalidade por uma perna levantada sobre Lassin Sinaiko, o árbitro voltou a consultar o VAR para chegar à sua decisão.
Sinayoko limpou a poeira e se preparou para marcar para Yassin Bunou – o primeiro gol do zagueiro em mais de 900 minutos com a seleção nacional – embora o Al Hilal devesse ter se saído melhor com um chute que parecia passar por baixo de seu corpo.
Com o placar empatado e a torcida de Rabat expressando sua frustração pela incapacidade da equipe da casa em retomar a iniciativa da disputa, a partida ficou cada vez mais tensa, com sensação de nocaute, com os dois lados procurando sair vitoriosos.
Foi o Mali, mais imponente fisicamente, quem levou a melhor nestas trocas de ponta a ponta, retendo a posse de bola de forma mais eficaz, com Mahamadou Doumbia particularmente dominante no meio-campo, enquanto mais dois gritos de pênalti foram anulados pelo árbitro. Eles podem muito bem ter sentido que tinham um forte argumento para selar os três pontos, com Nayef Aguirre aliviado depois que uma bola de handebol ficou impune e outra incursão promissora na área foi interrompida de forma suspeita pela defesa marroquina.
Marrocos poderia ter roubado a bola no momento da morte, quando Ouyo Coulibaly cabeceou descuidadamente para a sua própria baliza, com o Mali a forçar uma defesa soberbamente frustrante de Diarra para reter o ponto.
Apesar de estar sob pressão defensiva e precisar de inspiração para o ataque, Regargui optou por não recorrer a Achraf Hakimi – que ainda regressou de lesão desde o início de Novembro – o que deverá alimentar especulações de que o Futebolista Africano do Ano está mais longe de um regresso do que o treinador marroquino sugeriu antes do início da digressão.
Anteriormente, Zâmbia e Comores empataram em 0 a 0 na outra partida do dia, com ambas na disputa para avançar para o último jogo do grupo; Os anfitriões enfrentam a Zâmbia em Rabat, no dia 29 de dezembro, enquanto o Mali enfrenta Comores ao mesmo tempo.
Em Agadir, o Egipto confirmou a sua passagem como vencedor do Grupo B com uma controversa vitória por 1-0 sobre a África do Sul.
A partida dependeu de três grandes decisões de arbitragem, a primeira das quais foi um pênalti para o Egito, quando foi considerado que Khulisou Moudau agarrou o rosto de Salah com a mão levantada na área, com o atacante do Liverpool caindo no gramado apesar do contato mínimo. Com o VAR consultado, o árbitro Pacific Ndabihawenimana imediatamente marcou um pênalti que Salah converteu com Panenka vencendo Ronwen Williams aos 45 minutos.
O gol foi o nono de Salah na Copa das Nações, e nenhum outro jogador marcou mais no torneio desde sua estreia na AFCON em 2017.
O Egito ficou reduzido a dez homens antes do intervalo, quando Mohamed Hani recebeu um segundo amarelo desnecessário por falta sobre Teboho Mokoena, mas a África do Sul não conseguiu fazer valer a sua vantagem, faltando compostura e convicção no terço final, ao mesmo tempo que forçou várias defesas de pênaltis de Mohamed El Shenawe.
A três minutos do final, eles pensaram que tinham conseguido um avanço quando Yasir Ibrahim apareceu na área para bloquear um remate à distância. O árbitro inicialmente marcou falta fora da área, mas o VAR se envolveu para verificar o pênalti e posteriormente confirmou que a ocorrência foi dentro da área, com a mão do jogador em posição normal.
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UDOH: VAR toma a decisão certa para o pênalti do Egito contra a África do Sul
Colin Udoh explica por que o Egito recebeu um pênalti após fazer falta em Mohamed Salah.
No final, Bafana Bafana não conseguiu ter sucesso, pois a retaguarda egípcia se manteve firme.
No outro jogo do grupo, Angola e Zimbabué empataram 1-1, com o golo inaugural de Gelson Dala a anular o golo de Knowledge Musona nos acréscimos na primeira parte.
O Egipto não pode ser ultrapassado como líder do grupo, independentemente do resultado do último jogo contra Angola, em Agadir, na segunda-feira, enquanto a África do Sul e o Zimbabué se reúnem em Marraquexe para decidir se avançam.



