Um responsável dos EUA disse à Reuters que Washington concentraria a sua atenção no petróleo venezuelano em vez de nas “opções militares”.
Publicado em 25 de dezembro de 2025
De acordo com um relatório da agência de notícias Reuters, citando um funcionário norte-americano não identificado, os Estados Unidos concentrar-se-ão na pressão económica e não militar sobre a Venezuela durante os próximos dois meses, à medida que continuam a bloquear o petróleo venezuelano.
A Casa Branca ordenou que os militares “se concentrem quase exclusivamente na aplicação de uma ‘quarentena’ do petróleo venezuelano”, afirmou um relatório da Reuters, enquanto os EUA continuam a aplicar pressão militar na região.
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“Embora ainda existam opções militares, usar a pressão económica através da aplicação de sanções é o primeiro passo para alcançar o resultado que a Casa Branca procura”, disse o responsável à Reuters na quarta-feira.
Segundo a Reuters, as tensões têm aumentado no último mês nas Caraíbas, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou 15.000 soldados, porta-aviões, destróieres de mísseis guiados e navios de assalto anfíbios.
A escalada marca a maior concentração de tropas norte-americanas nas Caraíbas em décadas e provocou receios de que Trump possa invadir a Venezuela sob o pretexto de proteger os EUA dos cartéis internacionais da droga e dos “narco-terroristas”.
Em meados de dezembro, Trump ordenou um “bloqueio total e completo” de todos os petroleiros sancionados pelos EUA que entrassem e saíssem da Venezuela. Segundo a Reuters, as forças dos EUA já apreenderam dois petroleiros e estão à procura de um terceiro navio.
O petróleo fornece uma tábua de salvação para a Venezuela, embora Caracas tenha sido sujeita a várias sanções dos EUA desde 2005. As sanções ao seu sector energético foram aumentadas em 2019, durante o primeiro mandato de Trump.
Apesar das tensões contínuas, alguns relatos dos meios de comunicação sugerem que o ataque ao petróleo venezuelano poderá ser uma forma de escalada, uma vez que as ações de fiscalização são levadas a cabo pela Guarda Costeira dos EUA e não pelos militares.
A Guarda Costeira é uma agência civil em tempos de paz e é considerada um braço da aplicação da lei dos EUA. Os seus agentes têm o direito de embarcar em navios sob sanções dos EUA. Em contrapartida, travar um bloqueio naval à Venezuela seria considerado um acto de guerra.
A Venezuela, esta semana, classificou a apreensão de petróleo como “pior que a pirataria” numa declaração ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
As forças dos EUA realizaram ataques aéreos no Caribe e no leste do Pacífico desde setembro em dezenas de barcos que a Casa Branca disse transportarem drogas ilegais para os EUA.
Os ataques foram realizados sob ordens de Trump – e não do Congresso dos EUA – e mataram pelo menos 105 pessoas, no que a Casa Branca chamou de “conflito armado não internacional”.
A Casa Branca acusou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de apoiar grandes cartéis como o Tren de Aragua e o Cartel de los Souls, que foram designados organizações terroristas pela administração Trump no início deste ano.




