Jerusalém: Um dispositivo explosivo detonou em Gaza na quarta-feira, ferindo um soldado israelense e levando Israel a acusar o Hamas de violar um cessar-fogo imposto pelos EUA.
Foi o último incidente de um frágil cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, quando ambos os lados se acusam mutuamente de violações da lei.
A explosão ocorreu quando o Hamas se reunia com autoridades turcas em Ancara sobre a segunda fase do cessar-fogo. Embora o acordo tenha sido amplamente implementado, o progresso tem sido lento.
Todos, exceto um dos 251 reféns feitos no ataque de 7 de outubro de 2023, liderado pelo Hamas, foram libertados vivos ou mortos em troca de prisioneiros e prisioneiros palestinos. A segunda fase do cessar-fogo tem desafios ainda maiores: o envio de forças internacionais de manutenção da paz, um órgão de governo tecnocrático em Gaza, o desarmamento do Hamas e a subsequente retirada das forças israelitas do território.
Os militares israelenses disseram que os explosivos detonaram sob um veículo militar enquanto os soldados “reabilitavam” a infraestrutura militante na cidade de Rafah, no sul do país. Segundo os militares, o soldado levemente ferido foi levado ao hospital.
Num comunicado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o incidente como uma violação do cessar-fogo e disse que Israel responderia “apropriadamente”.
Israel já realizou ataques em resposta a violações do cessar-fogo em Gaza. Em 19 de outubro, Israel disse que dois soldados foram mortos pelo fogo do Hamas e respondeu com uma série de ataques que mataram mais de 40 palestinos, segundo autoridades de saúde locais.
O Hamas acusa Israel de violar o cessar-fogo ao permitir a entrada de ajuda suficiente no território e continuar a atacar civis. As autoridades de saúde palestinas afirmam que mais de 370 palestinos foram mortos por fogo israelense desde o cessar-fogo.
Na sexta-feira, soldados israelitas abriram fogo através da linha de cessar-fogo no norte de Gaza, matando pelo menos cinco palestinianos, incluindo uma criança, segundo um hospital local que recebeu as vítimas.
Segundo funcionários do ministério, o ministro das Relações Exteriores turco, Hakon Fidan, discutiu com a delegação do Hamas liderada por Khalil al-Hayo sobre a segunda fase do cessar-fogo.
Fidan reafirmou os esforços da Turquia para defender os direitos dos palestinianos e descreveu os seus esforços contínuos para dar resposta a abrigos e outras necessidades humanitárias em Gaza.
Autoridades do Hamas disseram ter cumprido os termos do cessar-fogo, mas os contínuos ataques israelenses impediram o progresso para a próxima fase. Afirmaram também que 60 por cento dos camiões autorizados a entrar em Gaza transportavam mercadorias comerciais e não ajuda.
Segundo as autoridades, a reunião também discutiu os esforços de reconciliação entre as facções palestinianas e a situação na Cisjordânia ocupada por Israel, sublinhando que as ações de Israel ali são “inaceitáveis”.







