Os Estados Unidos começaram a negar vistos de forma controversa a cinco indivíduos, incluindo o ex-comissário da UE Thierry Breton, por alegadamente violarem as regras das redes sociais. O Departamento de Estado dos EUA acusou os indivíduos de utilizarem plataformas de redes sociais americanas para suprimir opiniões às quais se opõem, uma afirmação que o secretário de Estado Marco Rubio expandiu numa declaração recente.
Breton, uma figura proeminente no panorama regulatório da UE e reconhecido como o “mentor” por trás da Lei dos Serviços Digitais (DSA), expressou a sua consternação com a proibição de vistos, denunciando-a como uma “caça às bruxas”. O DSA é um importante quadro regulamentar que procura impor obrigações de moderação de conteúdos às entidades de redes sociais que operam na UE.
Numa resposta publicada no X, Breton comentou: “Aos nossos amigos americanos: a censura não está onde vocês pensam”, indicando a sua desaprovação das ações do governo dos EUA.
O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou publicamente as restrições de vistos dos EUA contra bretões e outros europeus. Descreveu as medidas como actos de intimidação e coerção destinados a minar a soberania digital europeia. Macron destacou que o quadro regulamentar digital da UE é o produto de processos democráticos no Parlamento Europeu e no Conselho, e que estas regras são concebidas para garantir uma concorrência leal entre plataformas, enquanto as atividades ilegais online devem espelhar as proibidas offline.
Salientou também que a governação do espaço digital da UE não deve ser exigida de fora da Europa. Macron reiterou o seu compromisso com a Comissão Europeia e outros parceiros europeus de defender a soberania digital e a liberdade regulamentar no meio das tensões crescentes entre os EUA e a Europa sobre a governação digital.
O desacordo reflete os desafios contínuos no cenário digital, especialmente em torno das obrigações da DSA, que atraíram críticas de figuras-chave da tecnologia, incluindo o proprietário da Exxon, Elon Musk. Os dois já entraram em conflito sobre o cumprimento destes regulamentos da UE, o que impediu Musk de anunciar Breton na plataforma como parte do desafio.
A série de eventos aumentou as relações transatlânticas em matéria de política e governação digital, destacando diferentes abordagens à moderação e censura de conteúdos em todo o mundo.







