Citações ao presidente dos EUA, Donald Trump, aparecem com destaque em um novo dossiê do agressor sexual Jeffrey Epstein, divulgado na terça-feira. Desde as suas muitas viagens no jacto privado de Epstein na década de 1990 até à sua referência a uma “paixão por uma jovem menor de idade”, aparentemente referindo-se ao presidente, o republicano apareceu muitas vezes no dossiê.
O vazamento de documentos é o mais recente de uma série de arquivos relacionados ao infame Jeffrey Epstein que foram divulgados nos últimos dias, intensificando a investigação sobre o relacionamento de longa data de Trump com o notório agressor sexual.
Dentro das referências a Donald Trump nos novos arquivos de Epstein:
Passeios em jato particular
Os novos arquivos incluem um e-mail interno de 2020 no qual um promotor de Nova York relata as viagens de Donald Trump no jato particular de Jeffrey Epstein, que eram mais do que os investigadores sabiam na época, informou a Reuters em um relatório.
O e-mail dizia que o presidente voou oito vezes no jato particular de Epstein entre 1993 e 1996, e em quatro dessas ocasiões Ghislaine Maxwell, que traficava mulheres jovens para Epstein, o acompanhou.

Um dos voos transportava apenas Epstein, Trump e um jovem não identificado de 20 anos cujo nome foi ocultado, enquanto os outros dois voos incluíam mulheres descritas como potenciais testemunhas no caso Maxwell.
“O presidente expressa seu amor pelas meninas e menores”
Outra revelação assustadora nos arquivos recém-divulgados é um memorando que Jeffrey Epstein supostamente escreveu para Larry Nassar, o ex-médico de ginástica dos EUA que cumpre pena de prisão perpétua por agredir brutalmente atletas femininas.
O memorando, que parece ser manuscrito, não menciona Donald Trump diretamente, mas mostra Epstein reclamando com Nassar que eles estão sob custódia, enquanto “o presidente compartilha nosso amor pelas meninas menores de idade. Ele gostava de ‘apoiar’ quando uma jovem beldade passava”.
A nota está assinada “J. Epstein, e supostamente escrita por um agressor sexual enquanto estava na prisão, foi enviada em agosto de 2019, mês em que ele morreu por suicídio.
No entanto, o Departamento de Justiça dos EUA chamou a carta de “falsificação”, alegando que a escrita não correspondia à de Epstein, foi carimbada três dias após sua morte e não incluía o número do preso.
“Esta carta falsa serve como um lembrete de que só porque o Departamento de Justiça divulgou um documento não torna verdadeira uma acusação ou alegação dentro de um documento. No entanto, o DOJ continuará a divulgar todo o material conforme exigido por lei”, disse o comunicado, de acordo com a Reuters.
Convite para o Florida Beach Club de Trump
Os novos documentos também revelam um convite para Mar-a-Lago, o popular clube de praia de Donald Trump no sul da Flórida, em 2021. Os promotores buscavam registros relacionados ao caso do governo contra Ghislaine Maxwell, que agora foi condenada a 20 anos de prisão após ser acusada de ajudar e abusar das filhas menores de Epstein.
De acordo com um relatório da AFP, a intimação não alega culpa do seu destinatário, mas indica que os investigadores do caso Maxwell procuraram informações no clube de praia de Trump.
Outra revelação nos arquivos foi relacionada a Trump e Maxwell, pois suas imagens surgiram enquanto alguém revisava informações obtidas de Steve Bannon, aliado próximo de Trump.
Há muito que se sabe que Donald Trump e Jeffrey Epstein tiveram uma amizade próxima, mas as autoridades nunca acusaram o presidente de qualquer delito criminal.
Trump também tentou se distanciar do agressor sexual, certa vez chamando-o de “estranho”. De acordo com A CNN Trump também afirmou no passado que os dois pararam de se falar anos antes da morte de Epstein, disse o relatório.



