Num mundo marcado por conflitos e mudanças geopolíticas, 2025 colocou o presidente russo, Vladimir Putin, no centro das atenções globais, em grande parte devido à guerra em curso na Ucrânia. Apesar dos esforços concertados das potências ocidentais, especialmente da União Europeia, para isolá-lo, Putin conseguiu recuperar uma presença significativa na cena internacional, ajudado por uma mudança acentuada na abordagem dos Estados Unidos sob o presidente Donald Trump.
Putin liderou muitas conversações este ano sobre a continuação do controlo militar de partes da Ucrânia em 2022, ao mesmo tempo que manteve os ganhos obtidos desde a escalada do conflito em 2022. O conflito em curso.
O momento mais decisivo do ano ocorreu quando Trump convidou Putin para uma cimeira em Anchorage, no Alasca, em Agosto. A reunião foi considerada um passo inovador em direcção a uma possível iniciativa de paz, um forte contraste com a política da administração anterior de isolar a Rússia e armar a Ucrânia. No entanto, apesar da natureza de grande visibilidade da cimeira, os resultados tangíveis foram limitados e Putin permaneceu firme nas suas reivindicações territoriais.
Na Europa, líderes como o Presidente francês Emmanuel Macron e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lideraram esforços para excluir ainda mais a Rússia do mercado petrolífero global, ao mesmo tempo que distribuíram ajuda militar e económica significativa à Ucrânia. No entanto, apesar destas pressões externas, a economia russa apresentou um crescimento moderado e manteve-se firme contra as sanções ocidentais, que abrandaram significativamente em comparação com anos anteriores.
No final do ano, fugas intrigantes de documentos de segurança nacional dos EUA sugeriram uma estratégia potencial para reintegrar a Rússia na comunidade internacional. O grupo proposto “Cinco Núcleos”, que inclui os EUA, a Rússia, a China e o Japão, visa apresentar uma alternativa ao G7. Contudo, a natureza precária e as tensões inerentes a tais negociações lançaram a ideia no limbo, sublinhando um reconhecimento tácito de que a influência de Putin não pode ser facilmente descartada do discurso global.
Os compromissos diplomáticos de Putin ocorreram em grande parte a partir de Moscovo, uma vez que ele retomou as viagens internacionais limitadas após a cimeira do Alasca, mas optou por cimeiras virtuais. As suas visitas directas a reuniões internacionais, incluindo a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai na China e uma visita de Estado à Índia, sinalizaram um realinhamento estratégico, especialmente depois de ter faltado à cimeira do G20 em Nova Deli devido ao caso do TPI.
A narrativa predominante em torno de Putin continua a causar divisão. Enquanto os meios de comunicação ocidentais o retratam como um ditador expansionista que se assemelha aos agressores históricos, outros argumentam que ele encarna um líder nacionalista centrado na defesa das fronteiras da Rússia contra a invasão da NATO. A sua liderança demonstra uma relação complexa com o público nacional e internacional, combinando estruturas democráticas com características distintamente russas.
Economicamente, a Rússia enfrentou um duplo desafio: lidar com os efeitos da guerra enquanto navegava nas sanções ocidentais. Embora o país tenha registado um crescimento de cerca de 3-4% em 2024, impulsionado pelas despesas do Estado e pela produção de defesa, o dinamismo abrandou em 2025 e o crescimento estagnou em cerca de 1%. Este impasse levantou preocupações sobre o potencial de descontentamento interno caso os cidadãos comuns sofram dificuldades económicas a longo prazo devido ao conflito prolongado.
O futuro de Putin e o seu legado dependerão não só da evolução da guerra e das suas consequências económicas, mas também da eficácia com que conseguir manter a estabilidade na Rússia no meio de pressões crescentes. Se as vias diplomáticas derem frutos e a guerra terminar, ele evitará um declínio significativo no apoio e na influência.







