Pelo menos 16 ficheiros desapareceram do site público do Departamento de Justiça dos EUA, registos relacionados com o falecido financista Jeffrey Epstein, menos de um dia depois de terem sido divulgados, incluindo uma fotografia que mostrava o presidente Donald Trump, suscitando perguntas e pedidos de esclarecimento por parte dos legisladores democratas.
Os arquivos desaparecidos, que estavam disponíveis na sexta-feira, mas só estarão disponíveis novamente no sábado, incluíam imagens de pinturas de mulheres nuas e fotografias guardadas dentro de armários e ao longo de aparadores.
Uma imagem mostrava uma foto de Trump ao lado de Epstein, Melania Trump e a parceira de longa data de Epstein, Ghislaine Maxwell.
O Departamento de Justiça não emitiu nenhum aviso público ou explicação para a exclusão dos arquivos e não respondeu imediatamente aos pedidos de esclarecimentos.
Trump não é mencionado nos documentos
O desaparecimento ocorreu em meio à divulgação de milhares de documentos relacionados a Epstein, que incluíam os nomes de algumas das figuras mais famosas do mundo, incluindo o ex-presidente Bill Clinton. Apesar de seu relacionamento anterior com Epstein, as transcrições estavam notavelmente ausentes de qualquer referência a Trump.
O departamento disse que divulgou apenas uma parte do material na sexta-feira, citando o tempo que levou para analisar os casos e a necessidade de proteger as vítimas de Epstein. Grande parte do material foi fortemente editado, com vários documentos com mais de 100 páginas completamente apagados.
A administração Trump tem tentado fazer cumprir uma lei aprovada pelo Congresso em Novembro que teria forçado a divulgação de todos os ficheiros relacionados com Epstein, apesar da oposição à divulgação dos registos.
A ausência de Trump nos documentos foi notável porque seu nome apareceu em divulgações anteriores de Epstein, incluindo manifestos de voo do jato particular de Epstein que foram divulgados pelo Departamento de Justiça em fevereiro. Trump não foi acusado de irregularidades e negou qualquer conhecimento dos crimes de Epstein.
Fotos de pessoas famosas, afirmações do passado
A queixa mais recente apresentada em 1996 ao Federal Bureau of Investigation acusou Epstein de envolvimento em “pornografia infantil”, anos antes de as autoridades policiais começarem a investigar a sua má conduta.
As fotos, divulgadas na sexta-feira, mostravam uma série de figuras de destaque, incluindo o falecido editor Walter Cronkite, os cantores Mick Jagger, Michael Jackson e Diana Ross, o empresário britânico Richard Branson e a ex-duquesa de York Sarah Ferguson. As fotos não têm data e são divulgadas sem contexto, e nenhuma dessas pessoas foi acusada de ter alguma coisa a ver com Epstein.
Andrew Mountbatten-Windsor também foi visto em uma imagem dormindo ao lado de várias mulheres. O ex-duque de York, que perdeu seus títulos reais devido ao seu relacionamento com Epstein, negou qualquer irregularidade.
Edição pesada gera raiva
Uma das vítimas de Epstein, Marina Lacerda, criticou o alcance das redações e a quantidade de material ainda retido.
“Estamos todos indignados com isso. É um tapa na cara. Esperávamos muito mais”, disse Lacerda ao MS NOW.
O Departamento de Justiça disse que ainda está analisando centenas de milhares de páginas adicionais para possível divulgação. O material divulgado inclui evidências de várias investigações sobre Epstein e inúmeras fotos de Clinton, que há muito é alvo dos republicanos por suas ligações com Epstein.


