Numa escalada significativa da retórica dos EUA sobre a Venezuela, o Presidente Donald Trump indicou que não descarta a possibilidade de conflito militar com a nação sul-americana. A declaração ocorreu durante uma entrevista à NBC News, na qual Trump afirmou: “Não estou descartando isso, não”, quando questionado sobre a possibilidade de guerra. Embora não tenha especificado se pretende destituir o presidente venezuelano Nicolás Maduro, já afirmou anteriormente que os “dias de Maduro estão contados”, enfatizando a sua crença de que o líder venezuelano está ciente das intenções dos EUA.
Complementando as observações de Trump, o seu principal diplomata, o senador Marco Rubio, anunciou sanções contra os petroleiros sancionados que viajam de e para a Venezuela. Rubio reafirmou a posição do governo numa conferência de imprensa no Departamento de Estado, dizendo que o status quo sob o atual regime venezuelano é “intolerável para os Estados Unidos”. Deixou claro que o principal objetivo das ações dos EUA era mudar a dinâmica atual na região, mas não confirmou explicitamente a intenção de remover Maduro do poder à força.
No meio das tensões crescentes, Trump sugeriu que não precisa da aprovação do Congresso para lançar um ataque militar em solo venezuelano. O comentário levantou preocupações sobre a legalidade das ações militares dos EUA em águas internacionais. Embora a Constituição dos EUA designe o presidente como comandante-chefe das forças armadas, o Congresso mantém o poder exclusivo de declarar formalmente a guerra. Rubio disse que a ação militar nas atuais circunstâncias não requer notificação ou autorização do Congresso, dizendo: “Até agora, nada aconteceu que exija notificação ou autorização do Congresso”.
Desde setembro, as operações militares dos EUA contra barcos de traficantes no Mar das Caraíbas e no leste do Oceano Pacífico resultaram em 104 mortes, segundo dados da AFP. No entanto, a administração Trump não forneceu provas concretas para apoiar as suas alegações de que estes ataques estão relacionados com o tráfico de drogas. À medida que os EUA aumentam a sua presença militar nestas águas, os motivos e justificações legais para as suas ações estão sob escrutínio.




